segunda-feira, 14 de abril de 2008

Oh, céus!

Dia desses um amigo me chamou dizendo "quero te apresentar um amigo 'gente boa' ". Na mesma hora eu lhe disse "Saia já daqui e volte apenas quando tiver um coração cruel, desprovido de piedade". Quando a gente sabe com o que se está lidando, é mais fácil resistir à ilusão. Se a gente não se ilude, não sofre. Há uma certa "pseudo-felicidade" nisso, mas não há tanto sofrimento.
Amanhã posso pensar diferente. Às vezes é bom ser uma metamorfose ambulante.

Oh céus, e que venha a terça-feira...
Abraços...

domingo, 13 de abril de 2008

A volta...

Ano de 2008. Resolvi voltar a escrever. Com o término da faculdade as coisas mudaram. A solidão toma conta das noites. Resolvi iniciar a especialização. Nesta sexta embarco para Curitiba, rumo à especialização em "conservação da natureza e educação ambiental", na PUC. Acho que vou gostar muito do curso. Apesar de ter mudado a rotina após a formatura, as coisas por aqui continuam as mesmas e isso é entediante demais pra uma ariana. Dizem que há um inferno astral que antecede o nosso aniversário (cerca de 30 a 40 dias). Estou contando os dias para que esse período chegue ao final, fazendo surgir um novo ano astrológico, cheio de novas possibilidades, aprendizagem, equilíbrio, paz e harmonia. Há algo que me machuca aqui, nesta cidade. A impossibilidade de mudança muito me tirou o sono nos últimos anos, mas agora sinto um sopro de esperança em meus ouvidos. Preciso encontrar o equilíbrio em outro lugar (muito embora digam que ele está apenas dentro da gente, creio que o lugar onde estamos inseridos e as pessoas com as quais convivemos muito interferem nesse equilíbrio interno e, que ele muitas vezes não consegue estar imune a esse turbilhão de coisas que nos atingem). Talvez se você estivesse comigo. Talvez se você não tivesse mudado tanto. Talvez se esta mudança não nos tivesse afastado... "Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar". (música muito bonita de "O Teatro mágico, que lembrei enquanto escrevia este post) É. Estou um tanto desorientada embora já saiba o que quero exatamente para minha existência aqui na Terra. Talvez eu esteja apenas emocionalmente desorientada. Talvez seja uma carência misturada à saudade que eu sinto de você, ou ainda, uma saudade do que poderíamos ter sido juntos. O grande poeta (que eu tenho adoração) Mário Quintana disse uma vez que "o amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser." Você me transformou no melhor que eu podia ser e eu sou tudo o que eu sou hoje, porque um dia você me amou. E por isso e por tudo, valeu a pena. E eu poderia ficar mais algumas horas descrevendo como foi a minha vida há algum tempo atrás mas, preciso me concentrar no presente e no futuro (e seria ótimo se você estivesse neles). Mas o caso é que estou projetando meus pensamentos para o futuro, buscando algum lugar, algo onde eu me sinta capaz e não apenas uma matéria inerte. Sinto um sopro de vida e vou atrás disso. Observo mudanças num horizonte não muito distante. Elas vão acontecer. TÊM de acontecer.

sábado, 12 de abril de 2008

"Ergo uma rosa, e tudo se ilumina
Como a lua não faz nem o sol pode:
Cobra de luz ardente e enroscada
Ou vento de cabelos que sacode.

Ergo uma rosa, e grito a quantas aves
O céu pontuam de ninhos e de cantos,
Bato no chão a ordem que decide
A união dos demos e dos santos.

Ergo uma rosa, um corpo e um destino
Contra o frio da noite que se atreve,
E da seiva da rosa e do meu sangue
Construo perenidade em vida breve.

Ergo uma rosa, e deixo, e abandono
Quanto me dói de mágoas e assombros.
Ergo uma rosa, sim, e ouço a vida
Neste cantar das aves nos meus ombros".
(José Saramago)